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Entrevista

“Construir uma máquina para a vida é um trabalho de equipa”

23/07/2022

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"A primeira coisa que faço é dar uma volta completa à fábrica e falar com os chefes de produção. Ver as linhas de produção, verificar se há algum problema. É uma gestão que gosto de fazer, bastante pessoal e próxima”. E foi precisamente por esta rotina que iniciámos a nossa entrevista com Nuno Gama Lobo, CEO da Galucho desde março deste ano. Formado em Direito, o novo CEO da empresa de São João das Lampas, entrou em 2017 para a empresa como responsável pela parte financeira CFO, acumulando depois com a pasta da Gestão, Negócios e Operações em 2019.

 

"A fábrica é um organismo vivo"

Outra das grandes alterações implementadas foi a alteração da lógica do plano de produção: produz-se por plano e não por encomenda. Esta medida teve uma repercussão imediata, reduzindo o prazo médio de entrega em 1/3, estando agora nos 48 dias. O plano é feito através da análise dos anos passados e resulta num stock de produto acabado valorizado em metade do existente com a lógica anterior.
Ainda no interior, mas chegados já à parte da pintura, Nuno Gama Lobo, fez uma paragem mais longa para explicar que esta é a área que terá mais alterações até ao final do ano. “É onde mais podemos aumentar a produtividade neste momento. Estamos a rever processos e já teremos melhorias visíveis no processo de pintura e qualidade do produto final no primeiro trimestre do próximo ano”, vincou.
Também a zona exterior foi alvo de remodelações, de forma a permitir mais e melhor arrumação de stock, utilizando no parque de reboques o método FIFO (First In, First Out). “Nos últimos dois meses aproveitámos para reorganizar o parque externo, arrumando-o por tipo de equipamento, criando uma zona nova só para resíduos, e outra apenas para produto acabado circulante agrícola. Assim, temos neste momento três parques distintos dentro da fábrica: reboques e cisternas agrícolas, maquinaria agrícola, e equipamentos de transporte. Esta tripartição facilita não apenas a gestão do parque, como também permite um controlo visual mais rápido e eficiente. Todos os equipamentos são inspecionados pela Qualidade. Nada sai sem estar a 100%. Este passo adicional introduzido em novembro de 2020, já teve reflexos na redução do número de de reclamações. É um processo de melhoria continua que queremos cada vez mais promover, para prestarmos um serviço de ainda maior qualidade e cada vez mais eficiente aos nossos clientes”, explicou.
Em jeito de conclusão sobre o tema da fábrica, Nuno Gama Lobo traçou os próximos passos. “O nosso objetivo ao nível do fabrico é incrementar ainda mais a qualidade do produto acabado. Temos, do ponto de vista estrutural, máquinas com muita qualidade, temos feito melhorias ao nível do design e de acabamentos finais, e é precisamente nestes últimos e na pintura que queremos melhorar ainda mais. A fábrica é um organismo vivo, um trabalho que nunca acaba e, por isso, teremos de estar sempre a evoluir. Temos que continuar a modernizar-nos, porque um dos desafios do futuro continuará a ser a escassez de mão de obra especializada em todas as empresas industriais da Europa, e a resposta que a Galucho procura é através da inovação, da robotização e da automação de processos. Onde esta aposta se traduzir em aumento de produtividade e de qualidade do produto final, a Galucho apostará forte”.

 

Como aumentar a produtividade em 30%

Uma fábrica nem sempre é sinónimo de arrumação e limpeza. Não é o caso da Galucho. De “cara lavada”, com ruas largas, sinalização, áreas sequenciais e zonas específicas para arrumação dos desperdícios, o aspeto limpo e arrumado tem sido alvo de elogios de quem visita a fábrica sintrense. “Todas as pessoas têm ficado surpreendidas”, enalteceu Nuno Gama Lobo.

 

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