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Covid-19: Preços mundiais de alimentos caíram em março

04/04/2020

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Segundo o comunicado de 2 de abril da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em março verificou-se uma redução no índice de preços dos alimentos estimada em 4,3% relativamente a fevereiro.

"As quedas de preços são motivadas em grande parte por fatores de procura, não pela oferta, e estes fatores de procura são influenciados por perspetivas económicas cada vez mais deterioradas", disse o economista sénior da FAO, Abdolreza Abbassian.

A variação negativa dos preços dos cereais atingiu 1,9% em relação a fevereiro, muito influenciado pelo valor em queda do trigo, pois os efeitos de grandes suprimentos globais e perspetivas de grandes safras superaram os do aumento da procura de importação do Norte da África e pequenas limitações de exportação impostas pela Federação Russa. Os preços do milho também caíram devido à grande oferta e à procura muito mais fraca do setor de biocombustíveis.

Os preços internacionais do arroz, por outro lado, aumentaram pelo terceiro mês consecutivo, com as cotações a serem impulsionadas pelo aumentos de armazenagem estimulados por preocupações com a pandemia e relatórios de que o Vietnam poderá introduzir proibições de exportação.

O índice de preços do açúcar da FAO registou a maior queda (19,1% em relação ao mês anterior). Para isto contribui o menor consumo fora de casa, com as populações vinculadas às medidas de confinamento impostas pela maior parte dos países, e pela menor procura pelos produtores de etanol devido à forte queda nos preços do petróleo.

O índice de preços do óleo vegetal caiu 12,0% num mês, principalmente devido à queda nos preços do óleo de palma, associada à queda nos preços do petróleo mineral e às incertezas sobre o impacto da pandemia nos mercados de óleo vegetal em todo o mundo. Os preços do óleo de soja e colza seguiram a tendência.

Também o índice de preços do leite caiu 3%, principalmente devido à parcial interrupção do fornecimento de laticínios às cadeias de comercialização por força das medidas de contenção destinadas a controlar a propagação do Covid-19.

A previsão da FAO para a produção mundial de trigo para 2020 permanece inalterada em relação ao mês anterior, no nível quase recorde do ano passado, que, juntamente com amplos stocks, ajudará a proteger os mercados de alimentos das turbulências durante a tempestade provocada pela crise sanitária.

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