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Gestão Florestal Adaptativa: menos chuva, mais calor

25/06/2018

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Neste evento que se realizou a 7 de março, começaram por ser apresentados dados de enquadramento referentes à sequência das temperaturas verificadas entre 1931 e 2017.

Na sua apresentação, Nuno Calado fez a interpretação dos gráficos expostos. “Nos últimos 37 anos, desde 1980, só em 5 anos a temperatura média anual foi inferior à normal”, referiu. Verifica-se assim uma tendência de agravamento nos anos mais recentes. No que respeita aos dados sobre a precipitação verificada, a tendência é igualmente preocupante. “Nos últimos 37 anos, desde 1980, em 21 anos a precipitação média anual foi inferior à normal”, concretizou.

Em complemento a esta exposição que incidiu sobre medições que espelham o que aconteceu no passado e o que está a acontecer agora, Rita M. Cardoso falou do que se prevê que venha a acontecer no futuro. Sob o tema ‘Cenários e Impactos das Alterações Climáticas em Portugal”, na sua exposição apontou algumas projeções sobre o padrão de clima previsto para final do século, e que se sintetiza nos tópicos seguintes:

  • Um aumento médio da temperatura que pode chegar aos 8°C no interior do país e entre 2°C e 4°C nas zonas costeiras;
  • O número de ondas de calor aumenta 7 vezes no interior do país e triplica no litoral;
  • A duração média das ondas de calor duplica no litoral e triplica no interior, aumentado a duração máxima de 10-15 dias para 25-55 dias;
  • Uma redução da precipitação anual de 10 a 35%, com reduções de 20 a 30% de precipitação na primavera e outono;
  • Uma redução de 15 a 25% do número de dias com chuva;
  • Um aumento da precipitação extrema, entre 10 a 50%.

Na sua apresentação sobre ‘Estratégias de Gestão Florestal Adaptativa’, Maria da Conceição Brito Caldeira começou por dizer que a Bacia do Mediterrâneo é uma das regiões onde as alterações climáticas mais se farão sentir, o que terá desde logo como consequência o aumento da ocorrência de incêndios e o aumento da mortalidade das árvores devido a seca.

Perante alterações climáticas tão significativas, como poderão os produtores florestais adaptar a gestão da sua exploração? A este respeito, apontou possíveis medidas adaptativas, com vista ao aumento da resiliência das árvores perante as mudanças climáticas, a saber:

  • Redução da densidade de árvores por hectare;
  • Manter o subcoberto gerido, reduzindo a vegetação que compete com a árvore;
  • Promover as florestas mistas a nível de espécie ou genótipo;
  • Promover a regeneração de modo a ter árvores com estrutura etária irregular;
  • Promover a heterogeneidade espacial a nível da paisagem, o que passa por não criar descontinuidade a nível das espécies instaladas.
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