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“Os expositores estão muito satisfeitos com o modelo que implementámos”

17/07/2024

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A ANEFA - Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente, é, juntamente com a Associação Florestal do Baixo Vouga e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha, uma das entidades organizadoras da Expoflorestal. No âmbito da cobertura que a revista abolsamia fez desta 13ª edição, tivemos oportunidade de entrevistar Pedro Serra Ramos, o Presidente da ANEFA.
Com uma análise muito positiva da edição deste ano, Pedro Serra Ramos deixou, no entanto, uma visão muito crítica em relação aos desafios que o setor florestal enfrenta. “Tenho falado com os expositores e todos estão muito satisfeitos com o modelo que implementámos este ano e com a mudança do local. A ideia era aproximar a Expoflorestal de um modelo mais profissional. Não queríamos manter um evento em que as pessoas vinham dar um passeio e aproveitavam para ver umas máquinas. Nesse aspeto estamos muito satisfeitos com a evolução conseguida e com o feedback que vamos recebendo”.

O foco deve estar na gestão florestal
Com uma clara visão estratégica, e dadas as recentes mudanças no governo, o Presidente da ANEFA não quis perder a ocasião para “trazer o Srº Secretário de Estado à feira e pô-lo ao corrente dos desafios que se colocam às empresas e ao setor em geral. Como somos uma Associação muito resiliente queremos acreditar que as coisas vão mesmo mudar e que haverá uma aposta na questão da gestão florestal, por oposição a uma gestão baseada apenas nos fogos que nos fustigam anualmente. Os nossos governantes têm de perceber, de uma vez por todas, que a gestão eficaz e profissional da floresta reduz o risco de incêndios, aumenta a produtividade e o rendimento económico do país e até contribui para as melhorias ambientais”. Pedro Serra Ramos não escondeu a indignação da ANEFA em relação à inação por parte de quem nos governa. “Estamos fartos de limpar mato. Esta é uma face importante da moeda, mas não é a única. Depois do flagelo de 2017, já está na altura de tratarmos da floresta com uma estratégia concertada, articulada e profissional. Nós temos muita área florestal, é verdade, mas a maioria está numa situação de abandono. Precisamos de enfrentar este problema de uma forma sistemática. Até a questão das alterações climáticas é relevante e pode (e deve) obrigar a repensar a nossa silvicultura e as espécies que plantamos”.

Associativismo sim, mas profissionalizado
O Presidente da ANEFA também tem uma visão crítica em relação às associações do setor. “O papel das associações é decisivo, mas temos de distinguir entre as que foram criadas para terem acesso aos projetos e aos fundos e as que partem das bases, de pessoas que partilham um interesse comum e que se juntam para tentar solucionar os desafios da floresta nacional. Mais vale fazer uma seleção com base nas provas dadas e apoiar quem realmente merece e faz falta, senão andamos a gastar dinheiro à-toa e não alocamos fundos a quem precisa. Nós, empresas, estamos cá para as apoiar, até na formação. Na ANEFA temos projetos ambiciosos na área da formação, mas os custos são astronómicos. Falamos de máquinas que custam 400 mil euros e simuladores que custam 100 mil euros... Mas, como já referi, nós somos uma associação resiliente e recusamo-nos a baixar os braços”.

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