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Pulverização de alta tecnologia

10/11/2021

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Fotos: Workmove

Samuel Pereira, administrador do Grupo Joper, foi quem nos recebeu, para nos apresentar os produtos que a empresa trouxe ao certame, bem como fazer uma retrospetiva dos últimos tempos. Começámos pelo balanço.

“O ano 2020 foi dos nossos melhores ao nível das vendas. 2021 mantém níveis altos de procura. No entanto, tanto um como o outro ficam marcados por vários problemas”, começou por explicar. “Os aumentos de preço constantes nas matérias primas, por exemplo. Até agora, nunca tivemos de parar a produção porque temos por sistema stocks elevados. No entanto, houve situações em que os fornecedores não conseguiam assegurar as entregas”, contou.

2022 sem melhoras nas entregas
E será esta uma tendência a manter-se em 2022? Samuel Pereira foi perentório: tudo aponta nesse sentido. “A perspetiva geral dos fabricantes de máquinas agrícolas é a de que o próximo ano ainda será pior. Era esperado que neste segundo semestre de 2021 os preços estabilizassem, mas a verdade é que não é isso que temos visto. A escassez, os aumentos, e a incerteza em relação aos prazos de entrega continuam. Quando existe falta de componentes, mas, ao mesmo tempo, verifica-se um aumento da procura por parte dos agricultores, geram-se ruturas abruptas – que é o que temos assistido. Este é um fenómeno transversal a todo o sector e não se resume a Portugal”.

“A solução é antecipar”
Para fazer face a este contexto, o administrador considera que tem de existir um trabalho conjunto de antecipação e planeamento entre os fabricantes e os consumidores. “A nossa estratégia passa por tentar antecipar e sensibilizar o agricultor português para fazer o mesmo. Temos antecipado as compras, por exemplo, mas não é fácil, exige uma gestão “de nervos” diária. Para o agricultor português ainda não é prática corrente encomendar com seis ou sete meses de antecedência, mas é uma tendência que devia e já começou a mudar”, partilhou.

Homologação foi processo “diabólico”
Outro dos temas que marcaram o último ano no mercado de maquinaria agrícola português foi a questão da homologação dos reboques. Samuel Pereira, refere que esse foi mais um desafio, já ultrapassado. “Nós fomos dos primeiros fabricantes a 'atacar' a questão das homologações dos reboques, fomos dos primeiros a ter tudo concluído, mas também posso dizer que os primeiros meses do ano passado foram diabólicos. Ao ponto de termos reboques prontos sem poderem ser entregues porque não conseguíamos obter as matrículas. Felizmente, ao dia de hoje, tudo flui normalmente”.

Gama pode ser racionalizada
Os reboques são apenas mais um dos produtos da extensa gama do Grupo Joper. Outras empresas têm optado por reduzir a sua oferta. Qual a estratégia no médio prazo? Ser generalista faz parte do ADN da empresa mas podem existir acertos, explicou o administrador. “O Grupo Joper tenta ser generalista e apresenta-se no mercado como aquele que tem a gama mais ampla. Há produtos que, gradualmente, têm saído da tabela de preços para o mercado português ainda que continuem disponíveis para outras localizações.

 

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