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Ideias novas em negócio maduro levam a Cimetal para lá de Torres Novas

30/04/2020

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Fica em Casais Novos, pequeno lugar do concelho de Torres Novas, casa da Renova, um dos grandes empregadores da região do Médio Tejo. Não o maior, pois o trabalho agrícola ainda leva essa medalha, em terras de culturas maioritariamente cerealíferas, de milhos e vinhas, olivais e bagas, sejam a goji, mirtilhos, amoras ou framboesas. Por ali também passou a moda, de tal forma que muito prosperaram, até chegar o tempo da descrença, da queda dos preços.

“Foi a pique, e há gente arrependida, a que não tem terrenos extensos. É que Marrocos produz muito e com mão-de-obra barata”, diz Carlos Mota sócio-gerente da Cimetal, sociedade fundada pelo pai, José Arsénio Mota, em 1978.

De uma simples oficina de manutenção de máquinas agrícolas e sistemas de vedação na região, ao negócio que o pai montou juntar-se-ia Carlos Mota, depois de se formar em engenharia mecânica e de ganhar experiência em outras empresas.

A ideia era ajudar o pai e dinamizar o negócio. “Há seis anos fizemos um projeto de ampliação das instalações, concluído em 2019. Foi uma época de crescimento e de consolidação. Este ano vamos dar início a outro projeto, basicamente a construção de outro pavilhão, com uma área coberta de 500 m2, principalmente para armazenar peças e para aumentar a nossa exportação. É este o nosso negócio: principalmente de comércio de máquinas agrícolas e de peças de desgaste, mas também de sistemas de vedações e soluções agrícolas (armação e tutoragem de pomares)”, explica Carlos Mota.

Impunha-se esmiuçar tal assunto. Como é que é isso da exportação?

Online para África e América

O jovem engenheiro, que também tinha acabado de falar da falta de empreendedores na região e do envelhecimento da comunidade agrícola produtiva, explicou que a empresa correu atrás de fundos comunitários (programa Centro, do Portugal 2020) para incentivo à internacionalização e ergueu o projeto de criação de uma marca – Agricom – que é uma loja online de venda de peças: “O volume de negócio ainda é relativamente pequeno, mas temos um novo projeto, para mais seis anos, e temos a expetativa de o aumentar. Basicamente, exportamos peças, maioritariamente peças de desgaste, ainda que também alguma maquinaria, para Angola, Equador e Brasil. Temos cerca de mil peças em catálogo, com as referências originais das mesmas. É uma aposta que requer mais desenvolvimento, pois uma plataforma deste tipo demora algum tempo a disseminar a informação e é preciso trabalhá-la todas as semanas para melhorar a visibilidade e os resultados. Ao mesmo tempo, é importante consolidar as parcerias que já temos e encontrar outras.”

Para tal fim, a empresa vai iniciar nova obra de ampliação de instalações, uma área coberta para stock de peças, pois recebe encomendas de todo o país e estrangeiro. Ao nível de máquinas, o trabalho é mais regional e local. Com dez colaboradores, um na loja, três na oficina, mais o pai e fundador, José Arsénio Mota, e outros quatro nas montagens de campo, a Cimetal já pondera contratar mais alguém para tarefas de gestão da empresa.

Anti-granizo e Anti-pássaros

De momento, a empresa está a preparar a entrega de uma cultura de olival super- intensivo nas redondezas, e a equipa da Cimetal tratou de colocar estacas, postes e arames. “Também já temos trabalhado nas culturas de framboesas, amoras e outros frutos vermelhos. Teremos sido mesmo pioneiros nesse sentido, em fazer a tutoragem destas culturas, quando se disseminaram no país. Outro dos objetivos dos tempos mais próximos da Cimetal é tratar de fazer um melhor acompanhamento aos seus clientes-chave. “Fazemos a manutenção e frequentemente montamos estruturas anti-granizo [apresentadas há dois anos na Agroglobal]. É bastante usada nos mirtilhos. Trata-se de uma rede que protege os frutos – que também funciona como anti-pássaro -, e que ao mesmo tempo é anti-escaldão”, diz Carlos Mota, sublinhando que o raio de acção da empresa alarga-se a todo o Ribatejo. A nível de maquinaria estamos a consolidar parcerias com clientes-chave já existentes para mobilização e pulverização de culturas, temos desenvolvido as soluções adequadas às exigências dos nossos parceiros e a nossa meta é acrescentar valor ao seu produto/processo. A Cimetal representa algumas marcas de peso na agricultura sendo elas a Maschio onde tem vindo a desenvolver um trabalho notório na venda de equipamentos, principalmente de mobilizaçãoo, pulverizaçãoo, manutençãoo de espaços e fenação. A Galucho (mobilização e reboques), a Olivgreen e Berardinucci (equipamentos de colheita para olival), a Jumar (pré-podadoras) e APV (semeadores pneumáticos), têm sido parceiros de negócio da empresa de Alcorochel.

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