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Maunça entra no campeonato dos grandes equipamentos

31/07/2023

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Sara Jordão de Menezes Aires e António Henrique Gonçalves Marques, sócios-gerentes da Maunça

O ano 2023 é um ano de mudança para a Maunça, empresa leiriense especializada na importação e distribuição de maquinaria agrícola e de jardinagem, que passou a integrar o Grupo Internaco. Desde 2004, ano da fundação, que o trabalho da Maunça se focou em equipamentos de pequeno porte, como moto-enxadas e motocultivadores, e, depois, também em equipamentos para olival. António Henrique Marques, sócio-gerente, explica como se deu a evolução da empresa ao longo dos anos. “Começámos em 2004 como uma empresa monomarca, distribuidores em Portugal da marca Fort. Com o decorrer dos anos sentimos a necessidade de alargar o leque de marcas de forma a ter um cash-flow mais homogéneo ao longo de todo o ano. Assim, olhámos ao que o mercado nos podia oferecer e apostámos no olival tradicional através dos varejadores da Zanon, em 2006. A partir de 2010 a marca fez um investimento grande neste tipo de equipamentos o que nos permitiu ser pioneiros na mecanização do olival tradicional”. Os varejadores encaixaram na perfeição na nossa rede de distribuição que tínhamos para a Fort, dedicada sobretudo à venda de pequenos equipamentos agrícolas e agricultura de pequena escala. Assim, onde já se vendia a moto-enxada e o motocultivador passou a vender-se também o varejador”.


Com uma equipa composta por cinco pessoas, três delas com responsabilidades comerciais, a Maunça conta com uma rede de concessionários de norte a sul do país, num total que ascende à centena de distribuidores. Especializada na importação e distribuição de maquinaria agrícola e de jardinagem, onde figuram marcas como a Fort, a Zanon ou a Ecotech, a empresa fechou o exercício de 2022 com 850.000 euros de faturação, e prevê alcançar valores próximos de um milhão de euros no ano de 2023.


As vantagens de fazer parte de um Grupo
No início de junho de 2023, o Grupo Internaco anunciou a compra da Maunça, tratando-se da nona incorporação desde 2015 e da primeira empresa que a companhia galega adquire em Portugal. António Henrique Marques explica o processo que conduziu a este desfecho e as vantagens que poderão surgir. “O interesse da Internaco na Maunça surge pela partilha de marcas que já ocorria – em Espanha eram os representantes da Zanon, da Fort e da Ecotech -, e do seu projeto de se tornarem num player ibérico. Ao fazermos parte de um grupo com a dimensão da Internaco passaremos a ter acesso a outro tipo de recursos, quer tecnológicos, quer humanos, que poderão impulsionar o nosso crescimento. Pode também levar a sinergias operacionais que conduzam à redução de custos, através da consolidação de compras e partilha de recursos, que aumentará a nossa eficiência e competitividade comercial. Existirá também um aumento da capacidade de negociação junto de fornecedores e clientes, que conduzirá a melhores acordos comerciais e potenciais parcerias estratégicas. Compartilhamento de conhecimento e boas-práticas com outras empresas do Grupo, o que poderá conduzir a uma melhoria contínua e inovação dentro da empresa. Poderemos também contar com o suporte e orientação do Grupo Internaco para enfrentar os desafios e tomar decisões estratégicas”.



Dos motocultivadores aos robots agrícolas
Uma das principais alterações será o portfólio de marcas trabalhadas pela Maunça. Sara Aires, sócia-gerente, explicou que as marcas que a empresa levava até aqui passarão a ser responsabilidade de outra empresa dentro do Grupo Internaco, passando a Maunça a dedicar-se a equipamentos agrícolas e florestais de grande porte. “Todas as marcas que trabalhámos ao longo destes 19 anos – Fort, Zanon e Ecotech – passarão a ser trabalhadas em Portugal pela divisão especializada neste tipo de equipamentos do Grupo Internaco, a Bosque y Jardin, que já está presente no nosso país com a marca Husqvarna. Será uma transição gradual e a campanha de 2023 será feita em conjunto pelas duas empresas. A Maunça passará a trabalhar no mercado português as marcas de outra empresa do Grupo, a AGGroup, empresa espanhola que é distribuidora de marcas como a Alpego, a SIP, a APV, a Strautman, a Sulky, a Orchard Rite e ainda a Naio ou a Farmdroid. A exceção a este portfólio de marcas será a Alpego e as grades rápidas da AGGroup, que continuarão a ser distribuídas em Portugal pela Ja&Ma-Reboal, sendo a Maunça o importador. Pode-se então dizer que a Maunça passará a ser o braço comercial do Grupo Internaco em Portugal para máquinas agrícolas e florestais de maior porte, passando todas as máquinas de pequeno porte, como moto-enxadas e motocultivadores, a ser trabalhados pela Bosque y Jardin.


Questionado sobre o desafio que é passar a representar marcas de equipamentos bastante diferentes do que a empresa comercializava até aqui, António Henrique Marques explicou que a Maunça, nos anos mais recentes, tinha já uma quota importante de agricultores altamente profissionalizados. “A gama de trituradores e bio-trituradores da Zanon permitiu-nos entrar no mundo da agricultura mais profissional e de maior escala há já alguns anos. Claro que agora teremos mais marcas e mais produtos para trabalhar mas temos uma equipa muito dinâmica e competente, além de todo o apoio técnico da AGGroup. Estamos preparados para este novo desafio”, afirmou.



Entre as novas marcas, Sara Aires destaca a Naio e a Farmdroid, especializadas no fabrico de robots agrícolas. “A escassez de mão de obra, os requisitos cada vez mais apertados ao nível da utilização de fitofármacos, e a necessidade de uma agricultura cada vez mais precisa e digitalizada, fazem com que os robots sejam cada vez mais uma realidade. Por isso, a oportunidade de trabalharmos quer a Naio, quer a Farmdroid, deixa-nos muito satisfeitos”, explicou.

António Henrique Marques enumerou então os pontos fortes de cada uma destas marcas. “A Naio é uma marca especializada em robots agrícolas e que conta, ao dia de hoje, com quatro modelos no seu portfólio: o Oz, projetado para trabalhar em culturas de hortícolas, o Orio, pensado para a deservagem em diferentes culturas, o Ted, solução específica para deservagem em vinha, e o Jo, robot de rastos para trabalhar em vinhas estreitas. Estas soluções irão permitir uma agricultura de precisão e menos mão de obra”.
O FD20 da Farmdroid, foi concebido para automatizar a sementeira e a deservagem. Permite aos agricultores programarem o robot para semear determinada área de acordo com as necessidades especificas da planta. Semeando de forma uniforme e precisa, com a ajuda do GPS. Assim, a deservagem será também feita de forma autónoma, já que o robot “sabe” onde colocou a semente. É movido a energia solar, tendo uma autonomia de até 18 horas”.

Agroglobal marca transição
Para assinalar a mudança, nada como a presença na Agroglobal, onde a Maunça aproveitará ainda para demonstrar alguns dos seus novos equipamentos. “Iremos estar presentes e servirá como passagem de testemunho, visto que ainda iremos levar os nossos produtos “tradicionais”, nomeadamente os varejadores. A par destes, teremos já as novas marcas e os seus equipamentos, dos quais destacaria a presença de um Naio Ted, que estará em demonstração na vinha da Agroglobal.”, finalizou Sara Aires.

Grupo Internaco

O Grupo Internaco reforçou a sua expansão na Península Ibérica ao adquirir uma participação maioritária na Maunça. Em 2022 já havia comprado a AG Group, empresa espanhola que é distribuidora de marcas como Alpego, Fort, SIP, APV, Strautman, Sulky, Orchard Rite e ainda a Naio. O Grupo Internaco, distribuidor oficial da Husqvarna em Espanha e Portugal, pretende elevar a sua faturação anual até aos 125 milhões de euros através do crescimento na agricultura bem como na manutenção e exploração de espaços verdes.

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