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Negócio ‘sexy’ só com gestão profissional e mente aberta

20/12/2023

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Um despertar de consciências para tornar este negócio mais "sexy”.

O mote para o Fórum: O Próximo Aftermarket – realizado pela ACAP e orientado para o setor automóvel sem esquecer as máquinas agrícolas – foi dado por Dário Afonso, especialista em gestão e orientador-geral de um evento que teve como principal missão dar indicações sobre como as empresas se devem reorganizar e repensar o modelo de negócio para terem sucesso no futuro. Entre as tendências identificadas do aftermarket estiveram a sustentabilidade (normas relativas a veículos em fim de vida; ao direito à reparação, o tão falado ‘right to repair’, entre outros); a crescente comercialização de peças usadas, abordando as diferenças entre OEM (peças originais) e IAM (peças de reposição) e a recente subida destas últimas na cadeia de valor; novas diretrizes para pneus; o crescimento e necessidade de adaptação ao digital (data analytics, cibersegurança ou o Marketplace foram abordados). Mas emergiu neste Fórum a questão da gestão dos recursos humanos e a forma como deve ser divulgado o negócio automóvel e das máquinas agrícolas aos jovens, para que a captação e a retenção de talento possam tornar-se um sucesso.

Neste campo, Artur Moura Queiroz, que trabalha há vários anos na área dos recursos humanos, fez uma reflexão importante. “Os jovens têm de saber o papel que vão desempenhar no próximo aftermarket. E saber que há ali uma hipótese de progressão de carreira. A gestão por parte da empresa deve ser mais ágil, mais personalizada de forma a conhecer o real potencial do trabalhador e encaixá-lo nas tarefas onde ele pode dar melhores resultados. Não é o que acontece em boa parte das empresas”, explicou. Já Miguel Pereira, gerente da Raulauto, revelou ações estratégicas que implementou e o respetivo efeito das mesmas. “Entre as que correram mal estão a definição de objetivos coletivos (só estes não motivam as pessoas), liberdade para faltar e compensar (não é cumprido); centralização de poder (bloqueou evolução de quem quer crescer); e a digitalização (vista como um controlo constante ao trabalho). Outras tiveram sucesso como a formação para gestão de pessoas, definição de uma política clara de recursos humanos; criação de objetivos individuais (sem retirar os coletivos); e poucos indicadores-chave de desempenho mas claros e divulgados a toda a equipa”, esclareceu.

 

Sair da zona de conforto e dar ‘apport’ nas escolas

Para Dário Afonso, a forma de pensar do empresário agrícola deve mudar já para que o setor se torne mais atrativo. “Há muitos empresários ainda na zona de conforto: sempre ganharam dinheiro daquela maneira e quem disser que é preciso mudar, é tonto. Mas vai chegar uma altura em que as coisas não podem continuar como estão. Se não fizerem a gestão de pessoas, vai correr mal”, avisou o moderador do Fórum da ACAP.

Já David Simão, gestor da Agro 121 e elemento da Comissão Pós-Venda de Máquinas Agrícolas, salientou igualmente a necessidade de captar talento nas escolas: “Temos feito um levantamento a nível nacional, inédito, da oferta formativa de todos os níveis de ensino que possam ter acesso à área técnica, para atrairmos jovens para o setor. Precisamos de tornar esta área mais sexy e reestruturá-la em termos de carreiras para que o jovem saiba que não vai ser caixeiro ou mecânico de 2ª categoria toda a vida, mas, sim, ter progressão na carreira e na aquisição de conhecimento. Devemos dar um ‘apport’ nas escolas de formação para os estudantes adquirirem conhecimento na área agrícola.” Lembrando que, ao contrário de outros tempos, hoje “a alma do negócio é comunicar bem uns com os outros”, David Simão reforçou a importância da formação, alargando horizontes neste campo. “Temos de dar formação às nossas equipas e também aos nossos clientes. Para termos uma organização mais eficiente. Não interessa a ninguém no setor que haja desperdício de tempo e de recursos financeiros pelo que se tornarmos as organizações eficientes vamos subir na cadeia de valor e ter cada vez mais os clientes fidelizados”, finalizou.

 

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