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Dia de Folga

Um homem, o seu trator e 1500 km na N2

17/07/2024

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Apesar de reformado e já sexagenário, Custódio continua a acreditar que os sonhos não têm idade. “Há muito que tinha o desejo de fazer a mítica Nacional 2 ao volante de um trator clássico, assim como eu... Agora que tenho mais tempo livre, pedi ajuda aos proprietários da Casa Barreira e a várias entidades , à Junta de Freguesia do Couço, à revista abolsamia, e consegui levar o projeto para a frente. A empresa emprestou-me um trator Fendt 275S com 33 anos de idade e mais de 25 000 horas de serviço e até fez questão de o deixar um “brinco”. Reunidas as condições e os apoios necessários, foi altura de o Custódio meter pés ao caminho. Ou melhor, rodas à estrada...

O começo da aventura
Às 6h da manhã de dia 28 de maio, Custódio deu início à aventura partindo do Couço, com destino a Almodôvar. Mas não sem antes se despedir da mulher Deolinda que não via com bons olhos tamanha façanha, “deve achar que tem trinta anos para fazer 1500 km ao volante do trator. Já tem idade para ter juizo”.
A primeira etapa, de 211 km, foi marcada pela emoção e pelo apoio entusiástico dos transeuntes, que buzinavam e acenavam à sua passagem. Surpreendido por amigos com um almoço especial, Custódio decidiu prolongar a jornada até Almodôvar, enfrentando um calor intenso de 40ºC. Estes foram, aliás, dois denominadores comuns ao longo de toda a aventura: o apoio de quem o via passar e o calor.

Escolta policial
O apoio não se restringiu aos populares, estendendo-se às forças policiais e aos bombeiros. Logo na segunda etapa, por exemplo, à passagem por Faro, a dupla Custódio e o seu Fendt acabaram escoltados pela polícia até ao seu destino, o quartel dos bombeiros local onde, por norma, pernoitavam. Episódios como este voltaram a repetir-se ao longo dos 10 dias e foram, para o Custódio, alguns dos momentos mais marcantes da sua vida. “Nunca irei esquecer o apoio que me deram, o incentivo e o carinho que testemunhei. Queria destacar o dos bombeiros, que estiveram sempre prontos para me acolher”.

O irredutível Fendt 275S
E percalços com a máquina? “Tirando a manutenção básica, como meter massa lubrificante em algumas zonas e manter o nível de óleo debaixo de olho, não tenho quase nada a apontar. Tive uma pequena avaria hidráulica que me impediu de baixar a caixa de carga, mas resolveu-se. Ao fim de 1500 km percorridos, tinha posto dois ou três dedos de óleo. Gasolina gastei pouco mais de 400 litros, o que também foi bastante menos do que esperava ao início”.
Foi assim, com determinação e muito paixão, que o Custódio Cunha viveu esta aventura. Uma epopeia que foi acompanhada diariamente pela revista abolsamia (pode ler os episódios no nosso site) e que inspirou muitos ao longo do trajeto, provando que nunca é demasiado tarde para realizar um sonho.

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