Mercados
Uma luz ainda ténue ao fundo do túnel
15/05/2023
Janeiro/março 2023: o primeiro trimestre do ano chega ao fim com um registo negativo (-28,78%), ainda que com uma ligeira melhoria em relação aos números de fevereiro. Dada a ausência de projetos de apoio ao investimento – a curto, médio ou longo prazo -, a tendência é pouco animadora sobretudo porque os agricultores continuam sem saber com que ajuda podem contar da parte do Governo.
Uma luz ainda ténue ao fundo do túnel
"Para 2023, as expectativas são de quebra significativa no mercado de tratores se não houver um programa de apoio ao investimento e à revitalização da agricultura que permita fazer face ao aumento generalizado dos preços e dos custos de produção." Esta “quebra significativa em 2023” prevista por Arnaldo Caeiro, da SDF Portugal, e demais representantes de marcas no balanço de 2022, já se faz sentir: no fim do primeiro trimestre há menos 28,78% de tratores matriculados em relação ao mesmo período de 2022. Mais importante do que esclarecer os agricultores, urge a “abertura das candidaturas aos diferentes apoios ao rendimento e investimento.”
O primeiro trimestre de 2023 revelou-se a confirmação de um cenário já esperado por agricultores e representantes de marcas: o registo de matrículas de tratores agrícolas caiu a pique em janeiro e fevereiro e ainda que março tenha revelado uma ténue luz ao fundo do tunel (melhoria de 6% em relação a fevereiro), a quebra é evidente. Nos três primeiros meses deste ano, foram matriculados 1.235 tratores, menos 499 (-28,78%) do que em igual período de 2022 e, dada a ausência de projetos de apoio ao investimento – a curto, médio ou longo prazo -, a tendência é pouco animadora sobretudo porque os agricultores continuam sem saber com que ajuda podem contar da parte do Governo. Uma “mecanização agrícola mais eficiente e sustentável, bem como o incentivo forte na agricultura 4.0” para proporcionar a revitalização do setor é cada vez mais necessária, como realçou Nuno Santos, Diretor Comercial do Entreposto Máquinas, na edição anterior. E o impacto negativo neste primeiro trimestre faz-se sentir até em marcas que apresentaram um forte crescimento em 2022, casos da Solis, Kubota ou John Deere.
Se em março de 2022, o mercado dava sinais de força, com um crescimento na ordem dos 14% - em virtude de uma vaga de entregas que estavam adiadas desde a reta final de 2021 -, passado um ano, a situação é inversa: decréscimo de 28,78% e três meses com registos abaixo de 500 tratores/mês, situação que só ocorreu por cinco vezes em 2022. E em fevereiro foram mesmo registados menos de 400 tratores, algo que no ano passado só aconteceu em novembro e dezembro, num claro sinal de que a quebra havia chegado para ficar. Situação que poderá abrir espaço ao 'pedido' de Nuno Santos na edição anterior d'abolsamia: “Deve ser feita uma reflexão estratégica profunda sobre a nossa segurança alimentar, de forma a prepararmo-nos melhor para subsistir nas catástrofes e a reagir a eventuais cenários como os que poderiam ter saído de uma pandemia ou uma guerra em países dos quais dependamos demasiado para alimentar a nossa população.”
Nota: Expurgámos os ATV e UTV homologados sob a categoria T e os Telescópicos. | Origem: IMT / Fonte: ACAP
Marcas
A New Holland ganhou o ano de 2022 mas é quem apresenta a maior quebra entre as dez marcas que mais tratores registaram no primeiro trimestre: -52,91% em relação ao período homólogo do ano transato. A Solis está no topo, ainda que com quebra de 4% face a 2022 e, entre o Top10, só a Farmtrac e a LS melhoraram os números, embora de forma ligeira. Se no fim de março de 2022, havia três marcas acima dos 200 registos, essa barreira agora só é ultrapassada pela Solis, que matriculou 264 tratores entre 1 de janeiro e 31 de março. No que se refere às quotas de mercado das marcas, a Solis 'disparou': tem 21,38% quando tinha 15,86% no fim de março de 2022. A New Holland chega ao fim do primeiro trimestre com uma quota de 8,5%, abaixo dos 10,12% da Kubota, a segunda marca com maior quota de mercado em março de 2023.
Unidades vendidas por escalão de potência
Analisando os segmentos de potência mais vendidos, e depois dos sinais de janeiro e fevereiro, março confirmou que, sem os apoios do Governo para uma nova Renovação do Parque de Tratores Agrícolas, os papéis invertem-se em relação a 2022: agora manda o escalão <50cv, superando a barreira dos 50% - com 51,74% - e o escalão 51-120cv fica aquém dos 40% (37,73%). Nos segmentos de maior potência, o de 121-200cv mantém-se a navegar entre os 7 e os 8% (7,45%), enquanto o escalão >200cv já matriculou 38 tratores atingindo, só em três meses, 42,2% do número total (90) de 2022.
Marcas e modelos mais vendidos, classificados por segmentos de potência
Segundo os dados do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), a Solis foi a marca que matriculou mais tratores nos primeiros três meses de 2023 (264) e também a que detém o modelo mais vendido, ainda que não seja aquele que monopolizou 2022. O destaque da marca indiana é agora o Solis 26 9+9 M5, o qual teve 111 unidades matriculadas, ou seja, 42,05% do total dos registos. Contabiliza, assim, mais 59 unidades do que o Farmtrac 26 4WD, o qual mantém o estatuto de segundo modelo mais matriculado que já trouxera de 2022. Quanto às marcas líderes nos diferentes escalões de potência, a Solis prolongou o domínio <50cv, com 246 tratores matriculados novos, mais 178 do que a Kubota. No escalão 51-120cv, a New Holland supera a forte concorrência, chegando aos 84 tratores matriculados, mais 13 do que a Fendt, que ocupa agora um lugar que foi da Kubota em 2022. Já nas potências mais elevadas, a John Deere ainda dita a sua lei no 121-200cv, matriculando mais do dobro (28) do que a Valtra (13) mas a marca finlandesa redime-se no escalão >200cv: matriculou 15, também mais do dobro dos 7 registados pela John Deere.
A visão dos representantes de marcas
A revista abolsamia pediu a quatro representantes de marcas uma leitura ao mercado nesta fase do ano.
1 - O ano de 2023 arrancou em forte quebra e piorou em fevereiro mas já melhorou no fim do primeiro trimestre, embora continue negativo (-28,78%). A quebra era expectável? Como prevê a evolução do mercado nos próximos três meses?
2 – Depois da preponderância do escalão 51-120cv no ano passado, os representantes de marcas contactados no fim do ano indicavam que este escalão voltaria a perder peso este ano em detrimento do <50cv, que é o que está a acontecer. Tem a ver só com a ausência de novo programa de abates ou há mais razões a justificar esta alteração?
3 – Que medidas considera que poderiam ser tomadas por parte do Governo em relação aos apoios previstos para renovação do parque de máquinas?
4 – E as empresas, que tipo de estratégias podem desenvolver de forma a contribuir para a revitalização do setor?
Nuno Santos (Diretor comercial do Entreposto Máquinas)
“Esperamos que no próximo trimestre a queda seja menos acentuada”
1 – A queda que se registou no início deste ano era previsível e em linha com a tendência dos últimos meses de registos do ano anterior, talvez não tão acentuada, mas ainda assim não se pode falar em surpresa, considerando o enquadramento atual. Pensamos que, nos próximos três meses, a tendência de quebra relativamente ao período homólogo do ano transato se mantenha, mas esperamos que seja um pouco menos acentuada do que foi nos dois primeiros meses do ano.
2 – Sim, a ausência de incentivos ao abate/troca de equipamentos neste segmento tem uma consequência direta nos números. Por outro lado, o nosso tecido empresarial agrícola tem registado a tendência de profissionalização crescente, o que normalmente implica maior crescimento relativo neste segmento e nos segmentos de maior potência por oposição ao dos compactos mais ligados ao “Hobby Farming” e explorações de menor dimensão.
3 - O programa de incentivo ao abate e renovação de equipamentos mais antigos, mais poluentes, menos eficientes e menos seguros foi um sucesso que poderá muito bem ser continuado, mas devemos apostar mais nas novas tendências disponíveis que permitem melhorar significativamente a competitividade dos nossos clientes empresários, associando o equipamento a características diferenciadoras, como o sistema de conetividade e análise em tempo real, automatização e semi-automatização, e mesmo software de análise de frota e agronómicos, entre muitas outras e novas soluções já disponíveis.
4 – A aposta em divulgação, formação e consultoria junto dos profissionais é essencial para dinamizar o desenvolvimento de soluções e produtos. A simplificação e flexibilização de processos e modelos de negócios disponíveis para os nossos clientes deve ser desenvolvida criando novas formas de fazer negócio para além das “clássicas” de compra/venda. Por último, ter uma voz de conselho/opinião, quer junto das associações de agricultores, quer das entidades reguladoras e governantes seria um contributo positivo para o desenvolvimento do nosso setor.
Arnaldo Caeiro (Diretor-Geral da SDF Portugal)
“Critérios de aprovação das candidaturas à renovação do parque de tratores frustraram os agricultores”
1 – Esta quebra era expectável sobretudo depois do forte crescimento que o mercado teve no primeiro trimestre de 2022 em grande parte devido à medida de renovação do parque de tratores. Nos próximos três meses devido às baixas expectativas dos agricultores, agravadas pela situação da seca, esperamos uma queda do mercado.
2 – O segmento de potência 51-120cv aumentou em 2022 muito por influência da medida de renovação do parque de tractores. É um facto. No entanto, dentro do segmento de potência 51-120cv, temos que fazer a separação entre os tractores de 51-100cv, destinados maioritariamente a clientes não profissionais, e consequentemente muito dependentes dos apoios ao investimento, e os tractores acima de 101cv que, podemos dizer, são na sua maioria destinados a clientes profissionais onde a compra é, em grande parte, determinada por factores dependentes da rentabilidade da actividade agrícola. A confirmar isso verificamos que entre Janeiro e Março de 2023 o segmento 101-120cv tem uma queda menor do que o segmento 51-100cv. Relativamente ao segmento <50cv, aumentou o peso relativo no mercado total sobretudo devido às vendas de tractores abaixo dos 26cv.
3 – A medida de renovação do parque de tractores recebeu 7.120 candidaturas das quais só 1362 foram aprovadas, o que significa uma taxa de aprovação de 19%. Este resultado ficou muito aquém do esperado e, em certa medida, causou frustração nos agricultores, sobretudo porque os critérios de pontuação das candidaturas foram, na minha opinião, pouco ou nada adequados à realidade agrícola do País. O Ministério da Agricultura decidiu avançar com essa medida em 2021 sem consultar a entidade que representa as empresas que actuam no mercado do tractores agrícolas, a Comissão Especializada de Grossistas de Máquinas Agrícolas da ACAP e, como tal, o resultado está à vista de todos: das 1.362 candidaturas aprovadas, 68% foram na Zona Norte, 27% na Zona Centro, 3% no Alentejo e 2% no Algarve. É nossa convicção que a medida deveria continuar, embora com critérios de pontuação diferentes de modo a beneficiar todas as regiões de forma equitativa. É publico também que em Março foram disponibilizados 126 milhões de euros no PDR2020 que irão beneficiar cerca de 2100 candidaturas pendentes por falta de dotação orçamental. Esperamos que esta decisão possa beneficiar o mercado dos tractores agrícolas.
4 – Ao nível das empresas, creio que todos enfrentamos uma situação semelhante, com quedas acentuadas das vendas, devido à quebra do mercado total. Quando o mercado está em queda acentuada, a estratégia passa sobretudo por melhorar a competitividade dos nossos produtos. Naturalmente que cada marca tem a sua maneira própria de actuar no mercado.
Bruno Pignatelli (Gerente de Tractores Ibéricos)
“Não prevejo grandes alterações nos próximos meses”
1 – Sim, a quebra era expectável, face não só ao que vinha já a ocorrer desde meados do ano passado, bem como ao agravar da situação económica em que a inflação não só fez disparar preços como, ao mesmo tempo, os juros dispararam e fizeram com que os financiamentos também ficassem mais caros. A juntar a isto tudo, acrescentar que não existem projetos com ajuda do Estado em curso e não se vislumbram a curto prazo… Infelizmente e em face do que disse, não vejo grandes alterações nos próximos meses.
2 – Não diria que está a perder peso mas sim que o escalão dos <50cv está a crescer bastante. Do meu ponto de vista, terá a ver com alguns fatores tais como a diminuição das importações de tratores sem matricula durante a pandemia, a limitação de não poderem circular na via pública e ainda o aparecimento de várias marcas provenientes de mercados mais baratos. O que faz com que os preços desses tractores sejam atrativos não só para esse tipo de mercado mas também para os clientes de motocultivadores e de uso menos profissional. No caso da nossa marca, os modelos nessa gama (linhas B1 e B2) continuam a ser vendidos a bom ritmo e, como é sabido, a Kubota com a sua participação maioritária na fábrica Escort na Índia, coloca também no nosso mercado esse tipo de produto mais barato, com a marca E-Kubota.
3 – Creio que retomar e lançar o quanto antes esses apoios seria não só fantástico para o nosso mercado mas também uma maneira de modernizar o parque com todos os benefícios, não só de segurança e ambientais, bem como de otimização de custos de operação dos agricultores. Terá que ser é bastante mais abrangente do que foi o último, onde apenas foram contemplados alguns agricultores e sobretudo das regiões mais desfavorecidas. Nada contra essas ajudas, sempre a apoiar regiões mais distantes dos centros de decisão e com maiores dificuldades mas deve-se também apoiar agricultores com perfil mais profissional e com dimensão para concorrer em diversos mercados, muitos deles no exterior.
4 – Da nossa parte, continuar a apresentar-nos no maior número de eventos a nível nacional (nomeadamente na FNA e na Agroglobal), onde apresentaremos as nossas soluções de produto. Também continuamos, em conjunto com o BNPLeasing, a procurar as melhores soluções financeiras para ajudar na aquisição de equipamentos. Continuar em conjunto com a nossa rede de concessionários e com os clientes finais a colaborar em conjunto para que, junto da nossa representada, encontremos as melhores soluções para as suas necessidades.
João Bizarro (Diretor Comercial Tratores da CNH)
“Governo devia clarificar se voltará a conceder os apoios”
1 – A quebra era esperada. Em igual período de 2022 entregavam-se muitas unidades vendidas ao abrigo da campanha de abate. A verdade é que o mercado não está em quebra no primeiro trimestre deste ano mas sim desde Maio do ano transato.
2 – Por se tratar de um escalão de potência (51-120 cv) mais profissional, os apoios comunitários ou a ausência deles condiciona muito as matriculações. Existe também alguma incerteza em alguns setores como por exemplo a produção de leite, olival, amendoal ou vinha.
3 – No mínimo, clarificar se voltará a abrir este tipo de apoios. A incerteza leva os potenciais compradores a retraírem-se e, mesmo necessitando, acabam por ir adiando essa decisão. A última unidade entregue ao abrigo da campanha anterior tinha uma pontuação demasiado elevada. Grande parte do território acabou por não beneficiar e, em minha opinião, muitos agricultores (até mesmo de zonas mais profissionais) não foram abrangidos. Se o Governo reforçasse agora com verbas semelhantes à campanha anterior, utilizando os projetos já inseridos/não contemplados, chegaria a todo o país e a todo o tipo de agricultor.
4 – Só para recordar, nos últimos 5 anos, houve escassez de matéria-prima, falta de chips e conectores, dificuldade em obtermos contentores disponíveis, preço dos transportes marítimos internacionais (em alguns casos aumentou o triplo), grandes condicionamentos nas fábricas durante o período critico na pandemia, ocupação da Ucrânia, aumento do custo geral da energia… As empresas que comercializam máquinas agrícolas vivem em constante adaptação.
Reboques
O primeiro trimestre de 2023 trouxe algumas melhorias no mercado de reboques em relação aos números finais de 2022 (-10,6%) mas regista menos 5,9% de registos quando comparado com o primeiro trimestre do ano passado. São, no total, menos 25 reboques matriculados em relação ao fim de março de 2022, ainda que Galucho, Rates e Joper tenham crescido. Principalmente a Galucho, que volta a entrar em força num novo ano: matriculou 117 reboques quando há um ano tinha só 68 matriculados. Excetuando o trio da frente, quase todas as restantes marcas caíram e aqui o destaque é a Herculano: ganhou 2022 mas conta, em março de 2023, com menos 50 reboques matriculados em relação ao período homólogo do ano anterior. Outra nota de destaque é que em março de 2022, os 423 reboques matriculados estavam mais distribuídos pelas marcas, enquanto agora 55,02% (219) das 398 matriculações foram feitas por Galucho e Rates.
CF Moto lidera nos ATV’s e BRP alcança topo dos UTV’s
Numa análise ao mercado de vendas de ATV’s (Veículos todo-o-terreno) e UTV’s (Veículos utilitários multitarefas) no primeiro trimestre de 2023, a CF Moto surpreende na liderança de vendas de ATV, registando um crescimento de 58,33%: matriculou 114 veículos, mais 42 do que em igual período do ano passado e mais 10 do que a Linhai, marca que acabou 2022 como líder neste segmento. Já nos UTV, a CF Moto, que terminou 2022 no topo após um ano muito discutido com a BRP, viu a marca canadiana regressar à liderança que também ocupava no fim do primeiro trimestre de 2022. Agora, a BRP matriculou 42 veículos, mais 1 do que em igual período do ano passado e mais 4 do que CF Moto e Polaris. Esta última é, aliás, a que mostra maior crescimento em 2023, pois ocupa o 3º lugar, com 38 veículos matriculados: + 280% em relação ao primeiro trimestre de 2022. Por fim, assinale-se a significativa subida de vendas dos UTV (54,13%) e a quebra residual dos ATV (-3,22%), comparando com os números entre janeiro e março do ano passado.
Quebra de 21,07% no mercado em Espanha
O Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação (MAPA) de Espanha divulgou os dados relativos ao registo de tratores agrícolas no país no primeiro trimestre de 2023 e os números vão ao encontro do que se passa em Portugal: foram matriculados 1.925 tratores agrícolas entre 1 de janeiro e 31 de março, menos 514 do que os 2.439 registados em 2022, o que significa uma queda de 21,07%.
Depois de ter sofrido uma quebra de 19,75% em fevereiro, os números decresceram em março e a previsão é que assim se mantenha enquanto não for implementado pelo governo espanhol o “plano de recuperação” que é esperado por todo o setor agrícola no país vizinho. Mesmo contabilizando os números relativos a máquinas automotrizes, reboques ou telescópicos, o resultado continua a ser negativo (-1,27%) em relação ao primeiro trimestre de 2022.